Fonte: CABC
“Os destinos do futuro do Brasil serão definidos pelo que fizermos agora para enfrentar as múltiplas crises que o país enfrenta”, afirmou Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). O seminário, realizado pela Frente Sudeste e pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), ocorreu nesta segunda-feira (30).
Os empresários presentes discutiram as mudanças necessárias no plano político para tornar mais funcional e representativo o sistema eleitoral, medidas urgentes e indispensáveis nas áreas econômicas e sociais, e como tornar a tributação mais racional e menos burocrática.
O Senador Jorge Bornhausen (PSD/SC), Coordenador do Conselho de Orientação Política e Social (Cops) da ACSP, falou sobre Reforma Política – As Mudanças Possíveis. O ex-ministro da Previdência e Assistência Social, Roberto Brant, também membro do Cops, apresentou propostas para que o Brasil possa vencer a crise econômica e social, criando condições para a retomada do desenvolvimento de acordo com as necessidades e potencialidades do país. O professor Fernando Rezende, conceituado economista que tem se dedicado há muitos anos à discussão dos problemas tributários nacionais, criticou os “remendos” e palestrou sobre a necessidade de se reconstruir o sistema tributário nacional.
Burti reforçou o apoio das entidades aos trabalhos que vem sendo desenvolvidos pelo Ministério Público, Polícia Federal e a justiça no combate à corrupção. Segundo ele, “a certeza de que a punição rigorosa dos que forem culpados contribuirá para que o país possa se desenvolver em bases mais sólidas e duradouras”.
George Pinheiro, presidente da CACB, disse que são os empreendedores “os instrumentos para as soluções desta crise institucional na qual o país mergulhou”. Pinheiro enumerou dez pontos importantes para que o governo de Michel Temer projete um futuro melhor para o país. Entre eles, o presidente da CACB mencionou a necessidade de um “choque de competitividade”, equilíbrio fiscal, fim do capitalismo de laços e pontes para o mercado global.
“Neste cenário não podem existir subsídios. Precisamos nos livrar das amarras da interdependência dos governos e da preocupante simbiose entre os poderes público e privado”, criticou.
Pinheiro também pediu um plano de desenvolvimento de longo prazo, sacrifícios no curto prazo, medidas macroeconômicas garantidas em sua continuidade, financiamento ao empreendedor, mercado de capitais forte e reformas previdenciária, trabalhista, fiscal e política.
“O mais importante, no entanto, aproveitando este clima de reflexão e pensamentos positivos, é focarmos no desenvolvimento econômico e social. E também na necessidade de acabarmos, de vez, com o tal jeitinho, da pequena e da grande corrupção”, completou.
Frente Sudeste
A Frente Sudeste de Associações Comerciais foi criada em 2015 para debater problemas comuns aos estados da região e incentivar a troca de informações. Mas, diante da intensificação da crise econômica brasileira, a frente ampliou os temas e passou a tratar de assuntos nacionais. Já foram realizados encontros em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
O grupo é constituído pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) e Associação Comercial e Empresarial do Espírito Santo (ACE-ES) – e pelas respectivas federações.